SÃO LUÍS – Projeto de proteção a crianças e adolescentes vítimas secundárias de feminicídio é apresentado pelo MPMA

 

Coordenadora do NAV, Lana Pessoa, apresentou o projeto “Em nome da mãe”

O trabalho do Núcleo de Atendimento às Vítimas (NAV), especialmente o projeto “Em nome da mãe – proteção na orfandade de crianças e adolescentes vítimas de feminicídio”, foi apresentado pelo Ministério Público do Maranhão, na tarde desta segunda-feira, 26, no auditório do Centro Cultural do MPMA, às entidades de abrangência da 1ª Promotoria Distrital da Cidadania – polo Centro. Membros e servidores da instituição, gestores e representantes da administração municipal e de movimentos sociais participaram da audiência.

O objetivo do projeto “Em nome da mãe” é acolher as vítimas secundárias ou indiretas de feminicídio: crianças e adolescentes órfãos da região metropolitana de São Luís, garantindo os amparos social, jurídico e psicológico, além do acesso a todos os benefícios que estas vítimas tiverem direito, por meio de atendimento multidisciplinar ofertado pelo Ministério Público ou pelo encaminhamento às redes de apoio externas.

José Márcio Maia Alves lembrou que a atual gestão do MPMA é focada na defesa dos Direitos Humanos

Na abertura, o diretor da Secretaria para Assuntos Institucionais, José Márcio Maia Alves, que representou o procurador-geral de justiça, Eduardo Nicolau, ressaltou que o trabalho da atual administração superior do MPMA é voltado para a defesa dos Direitos Humanos, por meio da criação do Programa de Atuação em Defesa de Direitos Humanos (Padhum), no qual o primeiro plano de atuação é direcionado para a defesa da mulher, o que inclui a atenção às vítimas secundárias de feminicídio: crianças e adolescentes órfãos. “Nós temos hoje, no Brasil, um número estarrecedor de casos de violência doméstica contra as mulheres. Os números de 2022 apontam 1.406 crimes, o que gera, mais ou menos, 2.400 órfãos no país, que ficam numa condição absolutamente vulnerável, no que diz respeito à educação e aos direitos mais básicos, sem falar nas complicações psicológicas e de saúde mental”.

O promotor de justiça acrescentou que o NAV foi criado nesse contexto para dar apoio às vítimas em três aspectos: jurídico, psicológico e social. “Hoje é o marco da estruturação do serviço do Núcleo para o atendimento das vítimas secundárias de feminicídio com o projeto ‘Em nome da mãe’. É um encadeamento desse propósito, para que nós façamos um trabalho que tenha efetividade na defesa dos direitos”.

Público acompanhou a exposição dos membros do MPMA

Em seguida, o promotor de justiça Marco Aurélio Ramos Fonseca, titular da Promotoria Distrital – polo Centro e coordenador-adjunto do NAV, disse que a mulher é a acolhedora e a primeira vítima do processo de violência. “Quando ocorre a violência, os envolvidos se socorrem na figura da mãe ou da esposa e também são elas que mais diretamente sofrem com a violência. “Na atualidade, o Ministério Público percebeu que podia oferecer uma contribuição para proteger as vítimas. Por meio dessa representação, a instituição quer somar para construir redes de proteção, de acolhimento que busquem soluções para esses conflitos”, enfatizou.

O PROJETO

Na reunião, a promotora de justiça e coordenadora do NAV, Lana Barros Pessoa, iniciou a sua exposição relatando o projeto de defesa de crianças vítimas de violência doméstica, formulado pela 6ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de São Luís, da qual é titular. Em seguida, discorreu sobre a criação do NAV e apresentou detalhes do projeto “Em nome da mãe – proteção na orfandade de crianças e adolescentes vítimas de feminicídio”.       

Marco Aurélio Ramos Fonseca disse que a finalidade é construir redes de acolhimento às vítimas

“O Núcleo de Atendimento às Vítimas nasce de uma mobilização nacional. Por meio de resolução, o Conselho Nacional do Ministério Público criou a política institucional de proteção às vítimas, determinando a criação do NAV em todas as unidades”, contou.

Lana Pessoa esclareceu que o projeto “Em nome da mãe” tem como objetivos específicos realizar a busca ativa dos órfãos e órfãs do feminicídio, viabilizar o acesso aos benefícios que tiveram direito e o acesso ao atendimento psicossocial, além de dar providências a outras demandas que se fizerem necessárias.  

A metodologia de localização e identificação de órfãos de mães assassinadas será feita por meio da coleta de informações no sistema de segurança ou sistema processual, além da rede de proteção social e serviços de assistência social, saúde e educação.

Entre as principais ações previstas estão, além da localização por meio de busca ativa, a criação de um cadastro no NAV de vítimas secundárias de toda a área metropolitana de São Luís e a inserção delas em programas públicos de proteção e garantias de benefícios. Também serão feitas campanhas permanentes de sensibilização sobre os direitos da mulher, de familiares e vítimas de feminicídio previstos na legislação.

“São pessoas que precisam ser acolhidas e é necessário mostrar os benefícios que elas têm direito, afora oferecer tratamento psicológico, porque elas essas vítimas possuem sequelas”, declarou.

Redação: CCOM-MPMA

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